Armando Artur

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Sarita Brandt

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MONTE TUMBINE

Ainda é possível adormecer
e acordar com a lembrança duma espiga
de milho acenando ao Minotauro.
A tempestade não regressa tão já.
O monte Tumbine desabou
porque a procissão já ia no adro quando
os grilos pararam de sussurrar à gente.
Os deuses não foram feitos de vertigem.
E nem de bruma. Mas há quem diga
que as pedras já não segredam com os mortos,
para não sonegar o nome das coisas.
Nem sombra, nem rasto
e nem uma única pluma das corujas.
Tudo se foi como se nada houvesse
nem princípio, nem fim.

© Armando Artur
Iz: Os Dias em Riste
Maputo: Associação dos Escritores Moçambicanos, 2002
Avdio produkcija: 2008 Literaturwerkstatt Berlin

Der Berg Tumbine

Überdies gelingt es, einzuschlafen
und aufzuwachen mit der Erinnerung an
einen Maiskolben, den Minotaurus lockend.
Das Unwetter kommt so bald nicht zurück.
Bergstürze an den Flanken des Tumbine,
das Ticken der Zeituhr war nicht zu überhören,
als das Zirpen der Grillen nicht mehr ans Ohr drang.
Nicht die Schwindelgefühle riefen die Götter hervor.
Auch nicht die Nebelwände. Es heißt jedoch,
die Steine flüsterten den Toten schon nichts mehr zu,
um den Namen der Dinge nicht zu verschleiern.
Weder Schatten, noch Spuren,
nicht eine einzige Feder von den Eulen.
Alles ist vorübergezogen, als gäbe es nichts,
weder Anfang noch Ende.

Aus dem Portugiesischen von Sarita Brandt