Ana Paula Tavares

portugalščina

Barbara Köhler

nemščina

Os novos cadernos de Fabro

I
Não demore. A palavra de brilho está à espera. Por si
encontro novos caminhos e antigas fontes de beber
sedes e sorrisos. De tinta não há notícias mas sinais
velhos sinais perdidos nas dunas e na areia.
 Sou o deserto
sem as palavras.


 

      II

Vou pelos passos das crianças gritar num sul mais
novo. Se demorar espere por mim.
Aqui as crianças estão escondidas e espreitam
o dia
com seus pezinhos de lã.
Amanhã preparo o corpo
De perfume e água fria
e vou
rumo ao sul no rasto delas.
Talvez entretanto no pátio dos olhos tenha
Nascido a buganvília.

      III

Aqui algumas árvores cobriram-se de flores
para
impedir o choro e o canto das raízes.
O jacarandá invadiu devagarinho
as esquinas da cidade.
Ninguém
deu conta
mas uma luz azul tomou conta de tudo
durante uns tempos.
Doença assim é p’ra fazer gritar de
prazer.

                       IV

Aqui a música pode ouvir-se na mão
curvada
búzio
sobre
o ouvido. O que sobra são os sinos às
seis da tarde.
Quando se colhe a roupa fica de linho
o mar.


               V
Aqui as pedras já não são pedras. O
sopro de vida que as
habita é um resto da fala antiga
de que são feitos
os versos. Fios de pólen
e líquenes
 recriam
 antigas danças de floresta. O mar
 deixa o cheiro pelas mãos.

© Ana Paula Tavares
unveröffentlichtem Manuskript / unpublished,
Avdio produkcija: Literaturwerkstatt Berlin 2008

Fabros neue Notizbücher

I

Zögere nicht. Das leuchtende Wort wartet. Durch dich
find ich neue Wege und alte Quellen zu trinken
von Lächeln und Dürsten. Keine Tintenneuigkeiten, doch Zeichen
alte verlorne Zeichen in den Dünen, im Sand.
Ich bin eine Wüste
ohne Wörter.

II

Den Kinderschritten werde ich folgen, schrein in einem jüngeren
Süden. Dauert es, wart auf mich.
Hier ist das Versteck samtfüßiger Kinder
sie spähn
nach dem Tag.
Morgen bereit ich den Leib
mit Parfüm und kaltem Wasser
und gehe
südwärts in ihren Spuren.
Vielleicht wurde inzwischen im Hof meiner Augen
die Bougainvillea geboren.

III

Hier sind Bäume, die Blüten über sich breiten,
um das
Weinen und Singen der Wurzeln zu lindern.
Die Jacaranda drang langsam ein
in die Winkel der Stadt.
Niemand
nahm es wahr
doch nahm blaues Leuchten alles ein
für Zeiten.
Solch eine Seuche lässt einen schrein
vor Lust.

IV

Hier kann man Musik hören mit der Hand,
der gekrümmten
Muschel
über
dem Ohr. Es bleiben die Glocken
gegen Abend.
Beim Wäscheabnehmen bleibt als Leintuch
das Meer.

5

Hier sind Steine nicht länger Steine. Der
Lebensatem in
ihnen ist ein Rest jener alten Sprache,
aus der Verse gefertigt
werden. Pollenfäden
und Flechten
beleben
alte Waldtänze neu. Vom Meer
bleibt der Duft in den Händen.

Deutsche Fassung von Barbara Köhler. Die Übersetzung entstand im Rahmen des Übersetzungsworkshops VERSschmuggel des Poesiefestivals Berlin 2008