Criolo
[quando o orgulho fere o orgulho ferido]
[quando o orgulho fere o orgulho ferido]
quando o orgulho fere o orgulho ferido
quando a calda ferve, ferve o inimigo
quando a dança para, aparece o ruído
ruído que tece, lençol, fronha e pele
quando a inveja chega, chega seu atrito
tem arma de fogo, fogo de conflito
quando a guerra para, já morreu foi gente
já não é mais gente o agente disso tudo que tá rindo agora
hospitais fechados, escolas e creches
sem amor, sem nada, dinheiro na frente
pau, foice, enxada nas ventas da mente
e quem pregava a paz, jaz no portão
e beijar sua boca que não seja em vão
vadiar mentiras nesta ilusão
coração escorre no asfalto quente
roupa de quebrada espirra sangue
sangue mata a sede de orgulho ferido
que fere o amigo
amigo quem tem não corre perigo
perigosamente pensar diferente
come calda quente quem fere
e sente ela se aproximar sem explicação
prêmio de quem trabalha é humilhação
mas beijar sua boca que não seja em vão
vadiar mentiras nesta ilusão