Viviane de Santana Paulo
португальский
Fotomahlzeiten
Silbergeschirr war das Zaumzeug
des Sonntags, aus der Küche kamen
dampfende Speisen, aus Liebe
Servietten, nichts war uns so nah
wie der Tisch, der den Fortbestand
sicherte. geschlossene Hände beteten
unter ihm hungrige Magerunser,
echtes Stallfleisch, pure Brust,
zum Abschluss ging es immer
ans Eingemachte, die privaten Pflaumen
nach vorwiegend volkseigenen Kartoffeln:
kein Satz war so sauber
geschält, auch wenn die Gespräche
glänzten wie der Foto-
Vater in seinen besten Jahren;
nie zu verhindern am Ende
der Magenbitter einer Müdigkeit
wie von Eulen gemietet.
Из: Fragmentierte Gewässer. Gedichte
Berlin: Berlin Verlag, 2007
Аудиопроизводство: 2005, M.Mechner / Literaturwerkstatt Berlin
refeições como nas fotos
talheres de prata eram as rédeas
do domingo, da cozinha surgiam
os pratos fumegantes, do amor
os guardanapos, nada nos era tão próximo
como a mesa, que garantia a procriação
mãos fechadas rezavam entre os famintos
da magreza nossa
e a carne autêntica de curral, puro peito
no final tudo dava na coisa feita em casa
nas ameixas particulares,
nas batatas na maioria nacionais:
nenhuma frase era tão limpa
descascada mesmo que a conversa
brilhasse como a foto
do pai em seus melhores anos
no final não era nunca de se evitar
os amargos de um cansaço
como que emprestado das corujas.