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Carmen Ollé

¿Quién te ama, Mishima?

  • 1 ¿Quién te ama, Mishima? | Traduções : de
  • 2 Frágil ante lo inmundo | Traduções : de
  • 3 Vicio | Traduções : de
  • 4 En praga | Traduções : de
  • 5 Tener 30 años no cambia nada... | Traduções : de
  • 6 Casa de cusipata | Traduções : de
  • 7 Angustia | Traduções : de
língua: espanhol
Traduções : alemão (Wer liebt dich, Mishima?)
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¿Quién te ama, Mishima?

La rutina, esa enemiga si tú y yo
caminamos de la mano
o si tú y yo nos sentamos en un café
a filosofar
  filosofía de viejos harapientos
marido y mujer al fin y al cabo,

en la Martinica vivió Juan del Diablo
pasé mis años adolescentes en una embarcación de vela
como la de él
la oreja pegada a la radio,
has bajado los párpados cansada de oírme
el mismo tema,

fue Morita –entonces digo- el discípulo, quien le
asestó el golpe de gracia ¿sabes? Fue un mal golpe,

voces extranjeras se confunden con los
rugidos de las olas
ninguna es como tú, ninguna alcanza
tu pequeñez, querida... y
cómo odio ese sol
a las tres de la tarde
tus ojos vuelven a caer
son los de un dios tibetano.

¿Fue sólo el vino lo de aquella vez? ¿Lo crees?
¿Sólo el vino? Acaso fuera el vino
y sólo eso...
pero cada botón de tu blusa era uno menos y uno más
como me gusta
una tanga negra entre tus piernas
un poco sucia
como me gusta

y ya no era yo sino otra
en la goleta de Juan
en la mismísima isla de mi infancia
el sol ya se había ocultado como ahora
las brujas bajaban a mi dormitorio
a recoger los papeles regados
el diablo duende escondido en el empotrado
detrás de la cortina
de noche
mi desidia ha de arrancarte mil dudas
cualquier elipsis por la que mi entendimiento
huye hacia la nada oscura
te hace daño a ti que has vuelto
de la traición al mar,

cruzas el mar con el jeep y cada ola
te hace soltar una carcajada purpúrea
los cabellos llenos de arena
la ropa pegada al cuerpo,
pendes de la absoluta ilusión.
Otra ola más, gritas, llena de dicha
me acerco desde la orilla y trepo
olvidada.

¿Qué viajeros, qué poetas se perdieron
en el tiempo, los océanos, los médanos
las hogueras encendidas
el sable en alto,
Morita?

© Carmen Ollé
Extraído de: unpublished
Produção de áudio: 2005, M.Mechner / Literaturwerkstatt Berlin

Traduções :

língua: alemão

Wer liebt dich, Mishima?

Die Routine, diese Feindin  so wie du und ich
Hand in Hand gehen
so wie du und ich uns setzen  in ein Café um zu philosophieren
Philosophie zerlumpter Alter
letzten Endes Mann und Frau,

auf Martinique lebte  Johannes der Teufel
meine Jugendjahre habe ich auf einem Segelschiff verlebt
wie dem seinen
das Ohr am Radio
hast du die Lider gesenkt, müde,  von mir zu hören
das immer gleiche Thema

Morita war es – sage ich dann – der Jünger , der ihm
den Gnadenstoß versetzt hat, weißt du? Ein schlechter Schlag  war es
fremdartige  Stimmen vermischen sich mit dem
Rauschen der Wellen
keine ist wie du, keine erreicht
deine Winzigkeit , Liebe ... und
wie hasse ich diese Sonne
um drei Uhr nachmittags
deine Augen fallen wieder zu
und werden die eines tibetanischen Gottes .

War es nur der Wein,  von jenem Mal? Glaubst du?
Nur der Wein?  Notfalls war es der Wein
und  allein der...
aber jeder Knopf deiner Bluse war einer weniger und einer mehr
wie es mir gefällt
ein Tanga schwarz zwischen deinen Beinen
ein wenig schmutzig
wie  es mir gefällt

und es war nicht ich sondern eine andere
auf  Johannes'  Zweimaster
auf dergleichen Insel  meiner Kindheit
die Sonne hatte sich bereits  versteckt wie jetzt
die Hexen schweben  in mein Schlafzimmer
die verstreuten  Papiere wiederzuholen
der Teufel als  Kobold versteckte sich im Einbauschrank
hinter dem Vorhang
in der Nacht
muss in dir meine Fahrlässigkeit  tausend Zweifel wecken
das ausgelassene  durch das mein Verständnis
zum dunklen Nichts flieht
verletzt dich, die zurückgekehrt ist
vom Verrat zum Meer,

hat das Meer im Jeep überquert und jede Welle
geht hoch an dir wie purpurrotes Gelächter
die Haare voll Sand
die Kleidung an den Körper geklebt
hängst du am  unbedingten  Luftbild.

Noch eine Welle, schreist ,  das ganze Glück
nähere mich vom Ufer aus und klettere hoch
in Vergessenheit,

Was für Reisende, was für Dichter haben sich verirrt
in der Zeit , den Ozeanen, den Dünen
den gelegten  Feuern
der gezogene Säbel ,
Morita?

Aus dem Spanischen von Frank Schablewski unter Mithilfe von Fernando Lasarte Prieto
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Carmen Ollé

* 29.07.1947, Lima, Peru
vive em: Lima, Peru

Carmen Ollé (29. 7. 1947 in Lima, Peru) writes poetry, criticism, and novels as well as articles for newspapers and magazines. With a raw, rank language, her poetry expresses her commitment to women's causes.

                                                                                                                                                                                                                                                                         
Publicações
  • ¿Por qué hacen tanto ruido?

    Lima: Ediciones Flora Tristán, 1992

  • Los dos caras del deseo

    Lima: Peisa, 1994

  • Noches de adrenalina

    Buenos Aires: Libros de Tierra Firme, 1994

  • Todo orgullo humea la noche

    Lima: Pluvia Editores, 1998

  • Pista falsa

    Lima : El Santo Oficio, 1999

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