DESTINO

È in quel remoto soffio
dentro al cuore
che ognuno riconosce
il suo destino.
Il sogno più proibito:
l'idea di un infinito
perfino quotidiano,
lasciato in sorte
al corpo dell'amore.
Arreso e imprigionato
per conservare intatto
il suo sapore,
sottratto al vuoto
tenuto tra le cosce
a lungo, invano,
come l'acqua
che scivola comunque
dalla mano.

DESTINO

É naquele remoto sopro
dentro do coração
que cada um reconhece
o seu destino.
O sonho mais proibido:
a ideia de um infinito
por fim quotidiano
deixado em sorte
ao corpo do amor.
Rendido e aprisionado
para conservar intacto
o seu sabor,
subtraído ao vazio
apertado entre as coxas
longamente, em vão,
como a água
que todavia escorre
da mão.

Trad. português: Manuel Simões e Maria do Rosario Pedreira