Rosa Oliveira
indirecto livre
indirecto livre
um romance é que era!...
dizem-me olhando de lado
os poemas
longos
magros
enguias pensantes
agarradas ao papel
do centro de reabilitação
um romance é que era
com acção tempo
uma casa inteira
da raiz quadrada
ao tecto
corredores a dar
para personagens
ténues
não totalmente
apatetadas
(sepultemos realismo
experimentalismo
e deus nos livre
do pós colonialismo)
um romance é que faz
virar as cabeças na rua
calça mesas
duplica escaparates
expande a crítica
constipada
no seu casulo refinado
agora a conveniente
pausa descritiva
logo seguida
de auto consciência
referencial
à guitarra e à viola
um romance é que era!
sobrancelha arqueada
entre a cobiça e a paráfrase