Pedro Sena-Lino
[circular de adeus] [vinte de janeiro. fotografias vazias]
havia uma vez as mãos do poema
seguravam os sonhos infantis
para que chegassem mais longe
davam vida por “veias incorruptas”
e se as chamavam de longe
chegavam como se tivessem estado
desde o princípio do mundo
na sombra iluminada do grito
havia essa força de remoto pai
um porto acima dos dias e
na mais impossível morte
se caíres pai caio também
partilhamos os verbos todos em silêncio