Jussara Salazar
A PORTA DOS SONHOS: LUCE BAKUN
Bakun quer reza. Mas continua deitado e as borboletas cobrem seu corpo. São muitas de todas as cores e fazem ruídos na sentinela mas ele não acorda não levanta. Uma nuvem de cigarras estridentes passou em revoada e mesmo assim Bakun ainda dorme. Sua matéria é espessa, azul de todas as cores como as borboletas. Seus nervos vermelhos estão quietos. Ali adiante tem uma porta, bem à frente quando abre vê-se um céu um abismo uma serpente digerindo a vida. Se ele resolvesse levantar, poderia dirigir-se até à porta ser engolido pela serpente da vida. Mas continua deitado entre as velas. Sua voz em falsete, canta suave voz embala los niños que também como ele, dormem. Ainda é cedo. Ainda há ouro nessa morada. Clareia Bakun. Clareia