Jussara Salazar
Oh senhor! (II)
Oh senhor! (II)
II
oh tereza de ávila entre os muros
de pedra
a minha casa
como a tua lavoura a minha casa
sob os teus pés
mater dolorosa
doce aragem perfumada
sobre o meu retrato paira
ondula esfumaça
cor-de-rosa venenosa
a rosa oh tereza santa
desvairada
a neblina grita guerra
a minha casa arde
e a minha tarde espera
entre as velas
que iluminam as pedras
da muralha sem pássaro
da cidade sem máscara
da outra pedra sem laço
onde o espaço onde
arde o ocaso arde
e queima a casa dela
areia areia areia
minha estrela sobe o sepulcro
areia aleph areia
beijo o muro de pedra
atravesso a casa
meu livro de letras
movimenta-se
areia
sob o chão de minha casa
movimenta-se
a tua casa escassa
mina e cada passo
acaba
acaba e cada brisa
inicia outra casa
areia areia areia